sábado, 7 de maio de 2011

As festividades e as perdas

 As épocas festivas são repletas de propagandas de famílias reunidas, todo mundo se abraçando, a impressão é que o mundo é perfeito e tristezas simplesmente não existem (ou só acontecem com os outros). É tudo tão envolvente, que às vezes acreditamos mesmo que o mundo é cor-de-rosa. Até que a vida nos arrebata quem mais amamos. Aí caímos na real. Os comerciais, com suas lindas músicas e homenagens, os imensos cartazes nas lojas, o desejo de "feliz dia das mães" de alguma simpática vendedora (que nem imagina a dor que você está passando), TUDO se torna absurdamente doloroso. 
    O dia das mães é um dos piores dias (senão o pior) para uma mãe que perdeu seu filho. E não adianta tentar fugir de tudo e se fechar em casa, ano passado fiz isso (fiquei oito meses sem sair de casa), e nem por isso sofri menos. A TV, a internet e o rádio são implacáveis. Depois que perdemos um filho qualquer época é triste, mas essas festividades familiares são verdadeiros martírios. Como é ruim, meu Deus. Quantas pessoas devem estar passando por isso. O mundo escureceu, não tem jeito. O encanto acabou.

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